02 / 03 / 2016 - 11h19
Cunha Neto:Conheça o escritor campomaiorense que vai ser homenageado pelo SaliCam

O primeiro salão do Livro de Campo Maior irá homenagear Cunha Neto,que na foto está ao lado de sua esposa Ana Cunha e de sua filha a professora Ana Maria Cunha,evento que ocorrerá nos dias 09,10 e 11 de março.

 

Ana Maria contou um pouco da história de seu pai no seu blog em um site local,vejam: "Meu pai, o Cunha Neto, era um desbravador, muito “atrevido” para a sua época, sonhou ser poeta e foi. Sonhou sair do interior e saiu. Sonhou  conhecer o Brasil e conheceu. Sonhou ser feliz e foi. Vou descrever aqui algumas passagens de sua vida para que vocês conheçam melhor o homem que deu nome ao primeiro SALICAM.

 

JOSE CUNHA NETO, nasceu a 02 de junho de 1924, em Campo Maior, Piauí. Filho dos agricultores Antonio José da Cunha e Mariana Leite Cunha.Casou com Ana Assunção Oliveira Cunha com quem teve teve três filhos: José Cunha Filho, Ana Maria Oliveira Cunha e Maria Goretti Oliveira Cunha.Foi lavrador, comerciário, vendedor ambulante, comerciante, caixeiro viajante, radialista e camelô, funcionário público na EMATER - PI tendo ali se aposentado.

 

Foi vereador de Campo Maior por duas legislaturas. Chegou a ser presidente da Câmara, por algum tempo. Na terceira vez que se candidatou perdeu a eleição, mas levou na esportiva e ainda ganhou dinheiro com isso, escrevendo o folheto “E a porca me comeu” que teve grande repercussão na época. Sim, porque ele conseguia “ganhar dinheiro” com sua arte, coisa rara no meio literário. Como vereador, participou do primeiro congresso de Vereadores do Brasil, realizado em Fortaleza, em 1983.

 

Estudou as primeiras séries em uma escola particular  em Nazaré, hoje Nossa Senhora de Nazaré,  na época era município de Campo Maior, na famosa  escola do “Mestre Zumba”, que era seu tio.  Fez o Ginásio (ensino fundamental) no Ginásio Santo Antonio, em Campo Maior, e posteriormente, já casado fez o científico (ensino médio) em Belém do Pará onde residia na época.

 

Saiu de casa muito cedo, aos 12 anos e foi morar em Campo Maior, depois mudou-se para Fortaleza, chegando a levar, mais tarde, os pais e os irmãos. Voltou depois a Campo Maior, trazendo de volta a família. Mudou-se em seguida para Belém do Pará onde morou por muitos anos, e para onde levou a esposa logo após o casamento. Voltou novamente para Campo Maior, de onde não mais saiu, a não ser a passeio. Dizia “sou caboclo do sertão e não deixo o meu torrão por qualquer um cabedal”.

 

Escreveu dentre outros folhetos: “carro velho”, “a lagoa do Corró”, “Adeus Belém do Pará”, “O Piaui cantado em versos”, “vida de um menino pobre”, “vida e morte de Luis Gonzaga”, “A Saudade da saudade”, etc

 

Faleceu a 07 de fevereiro de 2010, aos 86 anos. Morreu em casa, como era o seu desejo, vitima de uma doença que lhe acompanhava já a alguns anos, a Depressão, que lhe tirou toda a vontade de viver. Foi velado em sua residência, recebeu homenagem na câmara municipal e na Igreja. Foi enterrado no Cemitério do Chumbinho, interior de Nossa Senhora de Nazaré, onde reposam a maioia de seus antepassados.  

 

Por:Rui Barbosa

 


05 de Julho de 2025 00h:34
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